quarta-feira, 30 de abril de 2014

Verbos Abundantes

O problema dos verbos abundantes: Trago x Trazido

Existem duas formas dos verbos abundantes, a forma regular e irregular. Esse erro em questão vem exatamente por muita gente não saber qual é qual e nem como usar. Então vem a confusão e a questão de diversos aspirantes a escritores não saberem que, na verdade, escrever que “ele tinha chego” é errado. Além de MUITO errado, isso também tira muitos pontos em redações de concursos e provas como vestibulares e Enem.
Particípios de verbos abundantes regulares: Eles sempre terminam em “-ado” e “-ido”. Como nos exemplos que dei logo no início do texto, trazido e chegado são particípios de verbos abundantes regulares.
“Mas como eu sei que é particípio de verbo abundante regular? Ou seja, como eu sei que ele termina com -ado ou -ido?”
Muito simples, jovem Padawã. Basta ver se o verbo auxiliar é ter ou haver. Olha o que eu disse mais pra cima. Que os verbos que realmente nos importam são “ser e estar” e “ter e haver”. Então. Se antes vier ter ou haver, é regular. Por isso:
Ele/Eu tinha/havia trago – Errado.
Ele/Eu tinha/havia trazido - Certo.
Ele/Eu tinha/havia chego – Errado
Ele/Eu tinha/havia chegado - Certo.


Trago e Chego são particípios de verbos abundantes irregulares. Pra entender bem por que não se usa o modo irregular nos casos de “ter” e “haver” é só substituir por outros verbos. Olha só:
Ele/Eu tinha/havia durmo – Não é estranho? “Ele/Eu tinha/havia dormido” não soa muito melhor?
Ele/Eu tinha como – Chega a dar nos nervos não? O correto seria “Ele/Eu tinha/havia comido”
Agora, os particípios dos verbos abundantes irregulares são aqueles que não tem exatamente um padrão (por isso são irregulares, sacou?) então diferente dos regulares, ou seja, eles não tem uma forma “certa” padronizada de terminar o verbo.
São nos verbos abundantes irregulares que nós encontramos os auxiliares “ser e estar”, então ai que nós encontramos o “submerso” em vez de “submergido”, ou “seguro” em vez de “segurado” ou “pego” em vez de pegado.
Então ficaria assim
Ele/Eu estava/fui submergido – Errado
Ele/Eu estava/fui submerso – Certo
Ele/Eu estava/fui pegado – errado
Ele/Eu estava/fui pego – Certo
Ele/Eu estava/fui segurado – Errado
Ele/Eu estava/fui seguro – Certo.
Lembrando que foi e fui são variantes de ser. Então “é” também é variante de ser, então se o verbo auxiliar for “é”, então o particípio do verbo abundante é irregular.
Desse jeito, acho que deu pra entender por que ESTÁ SIM ERRADO dizer ou escrever: “Seu eu soubesse que ia demorar eu teria trago o meu livro” e porque o CORRETO é dizer “Se eu soubesse que ia demorar, eu teria trazido meu livro”.
Assim como agora não é difícil lembrar que além de MUITO ERRADO é também muito irritante ler ou ouvir: “sem saber de nada, ele tinha chego em casa antes da hora” e que a FORMA CERTA é “Sem saber de nada, ele tinha chegado antes da hora”
Então se você teve interesse e paciência para chegar até aqui e descobrir por que é que as frases estavam erradas, meu parabéns. Agora você está proibido de errar novamente na hora de falar “chegado” ou “trazido”. Afinal, na língua portuguesa funcionam os mesmos princípios do Direito: “Ninguém se exime de cumprir a lei alegando que não a conhece.” Quer dizer, não é porque você não sabe que está errado que não está errado” mas a partir do momento que você sabe que aquilo está errado e tem consciência de que é errado, você não tem desculpas para errar.

Abaixo segue o link para baixar o arquivo que a professora ìris disponibilizou . (A folha de verbos abundantes).


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